Muitas vezes parece que precisamos abdicar de alguma coisa, seja da dedicação aos filhos ou do trabalho que nos realiza. Eu acredito que é possível fazer os dois se estivermos dispostas a pensar em novas formas de criar os filhos e de trabalhar. No fim do texto, compartilho um PDF com algumas dicas para lidar com a produtividade na maternidade.
Compreender o estilo de vida que queremos ter e a forma como queremos criar nossos filhos é essencial para criar um formato de trabalho que se adeque. Afinal de contas, ambos ditam nosso estilo de vida.
Sou mãe do Bento, que tem um ano de idade, e penso muito sobre a forma que quero apresentar o mundo para ele, como estou educando, os ambientes que eu gostaria que ele estivesse inserido e as pessoas com as quais gostaria que ele convivesse.
Sinto a necessidade de ter tempo para mim e para o meu trabalho que tanto amo fazer, sem onerar a criação do meu filho. Não quero terceirizar a educação dele e nem colocá-lo na creche o dia todo. Uma vez que decidi isso, preciso ter a consciência que essas escolhas trazem consequências.
Meu propósito é contribuir para o desenvolvimento de autonomia, a partir da criação de um trabalho com significado, levando em conta um estilo de vida com propósito. Por isso, ajudo mães a conciliarem a maternidade com o trabalho, através de atendimentos individuais e encontros em grupo – como o Impulso Materno, um programa que ajuda mulheres a empreender de forma alinhada ao seu estilo de maternidade.
Em diversas conversas do Impulso Materno, do Mães que Inspiram e das trocas nos grupos de maternidade no Facebook fui colhendo dicas sobre como elas conseguem dar conta de todas as suas responsabilidades no dia a dia levando em consideração a casa, o trabalho, família, filhxs e elas mesmas.
Quando estamos com a cabeça cheia, preocupada com algo ou estressadas, sentimos a necessidade de dar conta de tudo imediatamente e parece que vai virando uma bola de neve. Ficamos sem foco, sem clareza e não sabemos por onde começar. Sinto que vivo um caos organizado.
Como o Dee Hock coloca, precisamos nos permitir viver de forma caórdica. Quando há caos e ordem simultaneamente, na medida certa, a auto-organização ocorre. Os sentimentos que encontramos no caminho caórdico frequentemente são a ansiedade, o medo e a insegurança. Quando reconhecemos estes sentimentos e permitimos que continuemos nesse caminho, impressionantes e imprevisíveis resultados surgem espontaneamente internamente e na interação coletiva. A alegria da descoberta e da criação é uma consequência natural quando temos a coragem de atravessar o caórdico.